sábado, janeiro 26, 2008

roupagem

A moda está sempre a descobrir (no sentido de inventar, como já havia apontado Borges, antes mesmo de eu achar que eu havia visto essa relação, e depois de a palavra ter-se desmembrado do radical primitivo comum) uma nova maneira de deixar as mulheres bonitas. Os homens também, mas falemos das mulheres, pois a palavra bonita é mais bonita que a palavra bonito.
Paralelo básico: a arte. Sempre reinventando uma maneira de aplicar suas criatividades (ao ritmo da seta de Zenão).

Sempre lirismo, sempre criatividade, porque não talento atrás de cada manifestação, por mais que se queiram isentar do artista isso as constatações pós-modernas. Nunca falta filosofia, sempre sobra volúpia.

De volta ao assunto (voltando ao assunto): elas, as que impuseram suas belezas e também as que deixaram à disposição da moda a mesma, estiveram sempre bonitas: com os cabelos curtos e calças centro-pê dos anos 80, os vestidões dos anos 50, os pêlos não tratados da idade da pedra lascada, os redtags com meias de futebol na pré-adolescência burguesa dos anos 90.

2 comentários:

layla lauar disse...

Olá, agradecida pela visita ao meu blog, pela excelente contribuição ao meme. Espero que volte lá outras vezes, como, também,pretendo voltar aqui, pois gostei por demais dos seus escritos. Já vi que é gentil, por dizer que mulher se mantém sempre bonita, mesmo que não seja uma verdade absoluta. Um abraço. (visitei um outro blog seu, li os textos e apreciei muito também, mas não consegui comentar, parece que a página a está com algum erro. Interessante você dizer que se entristece quando pensa em coisas alegres, gostaria muito de saber o porquê disso)

João Grando disse...

É a dinâmica da saudade, da melancolia: e nota-se ser impossível as viver novamente. É um tempo que não existe mais. Não tem nada que ver com estar triste agora, é tão somente a consciência de finito que tudo tem. É uma saudade boa, mas ainda sim um pouco triste.

De certa forma, estamos sempre evoluindo e deixando coisas p/ trás, e o passado não deixa de ser um lar abandonado, e isso não deixa de ser então uma nostalgia, que existe porque aquele lar é a nossa origem .

Apreciei também teu blog. Deixei alguns comentários lá.
Tornei-me um leitor teu ;)